
Exemplo notável da primeira tradição holandesa de arquitectura militar, a Praça de Elvas é constituída por sete baluartes, quatro meios baluartes e um redente ligados entre si por cortinas, constituindo doze frentes de muralha.
O acesso à cidade é feito por três portas duplas (de Olivença, de São Vicente e da Esquina) e por várias poternas que surgem no meio dos fossos (de São Pedro, Porta Velha, de São Francisco, etc.). A cerca abaluartada da cidade de Elvas remete-nos para o período da guerra da Restauração (1641-1668) quando Portugal ao garantir a independência se vê imbuído numa nova guerra. Sendo assim, a cidade raiana, ponto nevrálgico da fronteira, tinha que ser alvo de refortificação militar. A engenharia militar assumia agora um papel fundamental na arte das guerras de fogo e as muralhas fernandinas não asseguravam a defesa da cidade devido à sua verticalidade. É neste panorama que o monarca D. João IV envia o padre jesuíta Cosmander a inspeccionar as fortificações existentes nos país e se necessário a construir novas. João Cosmander, nome português para Jan Ciermans, era um holandês estudioso em arquitectura militar. Com o país necessitado de técnicos de arquitectura militar moderna rapidamente foi feito coronel antes de chegar a Elvas, nomeada por ele como Praça de Armas da Província do Alentejo. Inspirado em mestres holandeses como Simon Stevin e Samuel Marolois, criadores do primeiro sistema de fortificar holandês, Cosmander vai construir um sistema abaluartado moderno e implacável. Hoje as muralhas seiscentistas de Elvas são um exemplo original de fortificações do séc. XVII que no seu estado de autenticidade são únicas no mundo, estando muito bem conservadas na sua totalidade. São juntamente com o Aqueduto da Amoreira, o grande cartão de visita de Elvas.
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