O conjunto formado pelo Palácio da Rosa e pela Igreja de S. Lourenço, inicialmente classificado como Imóvel de Interesse Municipal pela CML, está neste momento classificado como Monumento de Interesse Público, incluindo também toda a área de jardim.
O Palácio da Rosa, palácio urbano cuuja data de origem é desconhecida, foi objeto de uma profunda intervenção arquitetónica ou mesmo total remodelação e reconstrução no século XVIII, a expensas de Xavier de Lima, ascendente dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira e Marqueses de Ponte de Lima, família proprietária do edifício até 1970, altura em que o vendeu à CML. De planta em L irregular, o palácio estrutura-se em função do pátio, que perfura centralmente o edifício, caracterizando-se as fachadas e respetivos vãos por grande sobriedade e depuração.
No alinhamento do frontispício do Palácio prolonga-se a fachada lateral da Igreja de S. Lourenço. Merece destaque o portal nobre,de linguagem barroca, rematado por frontão triangular, sobrepujado por cartela rococó, exibindo o brasão dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira e Marqueses de Ponte de Lima. A heráldica da família encontra-se presente por todo o imóvel.
Para além do portal principal é de salientar o revestimento azulejar do pátio interno, onde painéis polícromos e azuis e brancos, pintados e assinados por Pereira Cão em 1904 e 1906, executados na Fábrica Viúva Lamego, assinalam alguns episódios importantes da história do país e da família, a par da representação de diferentes brasões alusivos à família proprietária do imóvel.
É possível encontrar, ainda, outros exemplares de lambris e painéis de épocas diferenciadas. No interior, estruturado por grandes salões, comunicantes entre si, destacam-se os estuques pintados do final do século XVIII e inícios do XIX, assim como o revestimento em boiserie da antiga biblioteca.
Exteriormente o edifício articula-se com os primitivos jardins do palácio, observando-se no extremo nordeste parte do lance da Muralha Fernandina. A Igreja de S. Lourenço, traduzindo uma arquitetura gótica e barroca, foi fundada na 2ª metade do século XIII por Mestre Pedro Nogueira, físico de D. Dinis.Arruinada ao longo dos tempos pelos sismos que abalaram a cidade, conheceu obras de reedificação após o terramoto de 1755.
De planta retangular,composta pela justaposição de dois retângulos,aos quais estão adossados corpos laterais,articula-se de forma comunicante, através de uma tribuna lateral, com o Palácio da Rosa,construído em terreno contíguo. Em 1970,igreja e palácio foram adquiridos pela CML. O seu estado de degradação implicou obras de restauro e consolidação, que puseram a descoberto, no seu subsolo, vestígios da época muçulmana e da primitiva igreja medieval.
O seu alçado principal estrutura-se em 3 panos separados por pilastras e cunhais de cantaria, dos quais se destaca o do extremo Norte (corpo da igreja), rasgado a eixo por portal de verga reta, sobrepujado por frontão triangular, janela iluminante com malheiro de ferro e óculo ao nível do remate do corpo, definido por ática triangular acentuada pela presença de cornija,a qual se encontra articulada com pano de muro rematado por volutas dispostas em simetria a partir da cruz ao centro.
A igreja, de nave única e capela-mor, ambas de planta rectangular e cobertura em abóbada de berço, apresenta um riquíssimo espólio interior: retábulo-mor com altar em talha dourada no estilo nacional, pintura decorativa, pintura sobre tela ou azulejo (de figura avulsa de Delft, do século XVII, de tapete polícromo do mesmo período e recortados do final do século XVIII, ao gosto rococó, representando cenas da vida de S. Lourenço) e ainda património descoberto recentemente na sequência de escavações arqueológicas, como é o caso das 2 capelas góticas contíguas ao lado da Epístola.
Transportes:
Autocarros: 208, 708, 734, 736, 760.
Elétricos: 12E, 28E.
Metro: Martim Moniz (Linha Verde).
Source: CM Lisboa.
Recent Comments