O acesso à praia é feito por meio de escadas de madeira. A praia da Barradinha é não vigiada, sendo formada por seixos e alguma areia, rodeada por falésias e com um pequeno curso de água que ali desagua. Dado ser rochosa aproveite para observar os seres vivos que ali existem, principalmente na maré vazia, e que se refugiam nos locais que mantém alguma água, como buracos das rochas e poças. Algas, ouriços-do-mar, organismos filtradores como as lapas, os mexilhões e os percebes, pequenos camarões e caranguejos podem ser vistos aqui. Tente ver marcas de lontra. No acesso à praia aprecie a vegetação que inclui, entre outras plantas, a aroeira (Pistacia lentiscus) e a sabina-da-praia (Juniperus turbinata subsp. turbinata).
A lontra-europeia (Lutra lutra) é um mamífero presente em quase todos os habitat de água doce da costa sudoeste de Portugal. Observar uma lontra não é fácil, pois de dia descansa na toca, estando ativa apenas ao anoitecer e amanhecer. Contudo, os sinais da sua presença, dejetos e pegadas, são fáceis de identificar. Encontram-se frequentemente na linha de água que desagua na praia da Barradinha.
A lontra é uma nadadora ágil e silenciosa, de corpo hidrodinâmico e membranas interdigitais nas 4 patas, conseguindo nadar 8 horas sem interrupção! Quando pressente perigo, fica parada dentro de água, apenas com o nariz e os olhos de fora. No litoral sudoeste, alimenta‑se principalmente de peixes e de lagostim‑vermelho-da‑luisiana, uma espécie exótica e invasora, pelo que os seus dejetos são constituídos por escamas e espinhas de peixe ou carapaças de lagostins. Têm um cheiro típico a peixe ou marisco e são deixados em locais bem visíveis e expostos, como forma de marcação de território. Nas pegadas, por vezes, é possível distinguir as marcas das membranas interdigitais.
Nota: não confunda a lontra europeia (Lutra lutra) com a lontra marinha (Enhydra lutris).