No Garrão, a linha de arribas cede lugar a vastos campos dunares que se irão estender pelas barreiras arenosas da já próxima Ria Formosa. O areal acompanha dois vales separados por uma arriba baixa: no vale a poente forma-se a lagoa das Dunas Douradas, no vale a nascente surge a lagoa do Garrão, de menor expressão e temporária. Ambas as zonas húmidas são de água doce, uma raridade na linha de costa e muito apetecíveis para as aves aquáticas.
Um passeio pedonal marginal à lagoa das Dunas Douradas convida o visitante à observação das diversas aves que por aqui se alimentam, repousam ou nidificam, como o galeirão, o pato-real ou o emblemático camão. A linha de pinhal que vem desde Quarteira, aqui com o seu subcoberto natural, ladeia os espelhos de água, oferecendo proteção e resguardo à vida aquática. Uma rede de passadiços atravessa a duna; ao percorrê-los o visitante pode observar a flora rica e aromática das areias que aqui inclui endemismos como o tomilho-das-areias.