Esta torre é tradicionalmente identificada como o reaproveitamento de uma estrutura militar. No entanto, nada na sua arquitetura recorda esta função. Pelo contrário, mostra ser um campanário construído de raiz, talvez no século dezoito. No interior, uma escadaria em caracol dá acesso aos pisos altos; no exterior, desenvolve-se em três registos definidos por cornijas. A porta em arco de volta perfeita tem gravada uma inscrição de mil quatrocentos e vinte onde consta o nome do arquiteto, Lucano. Dado que esta data não é conforme à arquitetura da torre, a epígrafe provirá de outro edifício, presumivelmente a torre sineira da igreja matriz, demolida e substituída por esta. No remate do telhado, com cunhais pontuados por pináculos, exibe-se por inércia conservadora um catavento, réplica aumentada do troféu Galo de Prata concedido em mil novecentos e trinta e oito pelo Estado Novo como “Aldeia mais portuguesa de Portugal”.