As sucessivas panorâmicas que se obtêm do topo dos cerros, sobre as praias do Amado e Bordeira, aldeias da Carrapateira e Vilarinha, bem como de toda a zona circundante até à Fóia de Monchique, tornam esta caminhada num espetáculo para quem aprecia grandes vistas.
O troço mais Sudoeste deste Percurso Circular, mais próximo do mar, segue entre pastagens, pousios e matos baixos e abertos. Predomina o tojo-do-sul, que na primavera tinge as colinas de um glorioso amarelo. Mas a fazer-lhe companhia estão muitas outras espécies, como o tomilho-canforado e a esteva-de-Sagres (espécies que só podem ser encontradas na costa Sudoeste de Portugal), a aroeira, o trovisco, a cebola-do-mar, o espargo-bravo ou a joina-das-areias. Nos pinhais de pinheiro manso, é frequente o tojo-prateado (Ulex argenteus), uma espécie endémica de Portugal; a cor dos espinhos não é verde como a maior parte dos tojos, mas cinza-prata, como o próprio nome indica.
No troço mais a nascente deste percurso, encontra magníficas manchas de floresta de sobreiro com matagal de medronheiro, mas também comunidades mais pobres, em áreas onde antes já existiram sobreirais. O empobrecimento do habitat resultou do fogo e da plantação de pinhais e eucaliptais. O coberto arbustivo é aqui mais pobre, dominado pela esteva. As espécies invasoras (acácia e outras) aproveitam a perturbação para se imporem. Aproveite, pois, a descida para a Vilarinha para apreciar os sobreirais, habitat de numerosas espécies da fauna. Nas aves, destaque para o tentilhão, a milheirinha, a carriça, as toutinegras, o rouxinol ou as felosas. Os sobreiros mais velhos, ou até mortos, fornecem as cavidades naturais necessárias para espécies cavernícolas como os morcegos e diferentes espécies de aves: corujas, pica-paus, torcicolo, chapins ou trepadeiras. Também comuns neste habitat são répteis como o sardão, a lagartixa-do-mato, a cobra- rateira e a cobra-de-escada.