Nesta caminhada vai sentir a forte ligação desta aldeia histórica com a incrível zona costeira que lhe caracteriza o clima e o ritmo de vida. Pelo caminho conhecerá ainda o emblemático Pinhal do Bordalete e a Praia da Bordeira ou da Carrapateira, famosa pelo vasto areal e dunas a perder de vista.
Este Percurso Circular tem uma zona de dunas, junto ao mar, e uma zona de colinas, mais interior. Nesta última, o caminho segue entre a vegetação adaptada à secura (florestas das encostas) e as comunidades adaptadas ao encharcamento sazonal (zonas húmidas dos leitos-de-cheia da ribeira). Estes terrenos são denominados várzeas e por vezes são usadas para agricultura ou pastoreio, já que o solo é muito fértil. Ao longo da várzea avista-se uma linha de árvores ou arbustos altos – trata-se da galeria ripícola, uma dupla faixa de vegetação ribeirinha que acompanha as duas margens da linha de água.
A área mais litoral do percurso segue pelas areias que cobrem o topo da falésia. A biodiversidade da vegetação é espantosa. Sinta o aroma delicado da perpétua-das-areias, da murta, do zimbro, da aroeira ou do rosmaninho. Aprecie o azul forte das flores da erva-das-sete-sangrias e do morrião-da-praia ou o amarelo intenso das flores da joina-das-areias e dos tojos. Os animais que habitam estas dunas sobre as falésias são muito discretos. Contudo, há sinais dos carnívoros, que deixam os seus dejetos sobre os arbustos, como forma de marcar território. Os coelhos fazem o mesmo, fazendo pequenas escavadelas na areia. Os insetos são os mais fáceis de ver, inebriando-se de pólen nas flores que todo o ano marcam presença nestas magníficas dunas. As aves denunciam-se pelo canto e pegadas na areia do caminho. Especialmente importante para a avifauna é o pinhal do Bordalete e da Maroteira. São mais de 40 hectares de um pinhal de pinheiro manso de elevado valor estético e ecológico. Plantado para exploração da pinha e da madeira (usada essencialmente para construção de barcos), é atualmente propriedade privada.