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GR13 – Via Algarviana | Setor 10 – Silves » Monchique

8 h
31.2 kmDistância
HardDificuldade
8 hDuração

Um trilho longo dos pomares de citrinos aos cumes da serra, com ribeiras verdejantes, vista panorâmica da Picota e, perto de Monchique, o magnífico bosque de sobreiros.

 

AVISO: No Setor 10, aproximadamente entre os quilómetros 21 e 22, concelho de Monchique, um dos caminhos públicos que a Via Algarviana atravessa foi bloqueado ilegalmente, impedindo a passagem. Há ainda cães perigosos à solta.

Enquanto o problema não é resolvido, deixamos um traçado alternativo. Ao seguir este traçado alternativo, tenha por favor em atenção que:

  •  durante cerca 2,20km não vai encontrar sinalética, já que não está a percorrer a Via Algarviana mas sim um traçado alternativo
  • vai circular a pé na Estrada Municipal 1073: seja cuidadoso e tenha muita atenção à circulação de automóveis

Esperamos que o problema seja resolvido rapidamente. Agradecemos a todos os que nos fizeram chegar este alerta.

(alerta atualizado a 05/06/2022)

 

O trilho parte de Silves, cidade localizada nas margens do Rio Arade, que já foi capital do Algarve. O percurso deste 10º setor começa junto ao Castelo, monumento de origem muçulmana que, junto com a Sé Catedral, é o ex-líbris da cidade. Ambos são construídos com o Grés de Silves, um arenito vermelho que dá uma tonalidade muito característica a toda a zona histórica.

Daí segue em direção à Serra de Monchique, passando pelos pomares de citrinos, que deram a Silves o título de Capital da Laranja. Rapidamente entra no cenário de serra, marcada por um relevo muito sinuoso e pela paisagem de extensos estevais e povoamentos de eucaliptos e pinheiros. As vistas arejadas a partir dos cumes dão-nos a dimensão desta serra lindíssima e ondulada. Junto das linhas de água, a flora é mais diversificada: aproveite para sentir o perfume das muitas espécies aromáticas, como rosmaninhos e tomilhos.

Neste trajeto, o caminhante irá passar por alguns montes agrícolas, como Carapinha e Romano, hoje em ruínas.

Após uma sucessão de subidas e descidas, a Via Algarviana aproxima-se da Ribeira de Odelouca, principal curso de água desta região. Os pequenos povoados existentes nas suas margens e junto dos principais afluentes, como Zebro, Barreiro, Touril e Foz do Barreiro, mantêm viva a agricultura de subsistência. Encontramos campos de cereais, pastagens e pequenas vinhas.

A passagem pela Ribeira de Monchique é o momento certo para uma pausa, até porque marca o iní­cio da ascensão até à Picota. Caminhará ao lado da sua margem, com uma vegetação ripícola de beleza ímpar. Em períodos de muita chuva, a passagem pode ser difícil e pode ser preciso descalçar as botas para a atravessar.

O percurso começa agora a ganhar altitude e, em breve, a paisagem irá nova­mente mudar. À chegada à Fonte Santa, não perca o antigo pe­queno complexo termal, com água a 27ºC, que hoje em dia é propriedade da Câmara Municipal de Monchique.

Daqui o trilho continua a subir, com a presença regular de eucaliptal mas com magníficas vistas pano­râmicas sobre a serra a Sul e a Este, que chegam ao litoral.

Sempre a subir, vai passar por Fornalha, Corte Grande e Portela de Monchi­que. Começam a surgir os afloramentos de sienito nefelínico, a rocha característica da serra de Monchique. Chega por fim à Picota, o segundo ponto mais elevado do Algarve (774 m). Sugerimos que faça aqui uma merecida paragem e que aproveite as vistas. Este é, talvez, um dos locais mais belos do Algarve, com uma vista de 360º sobre a região, e em que pode sentir-se a um passo de tocar as nuvens. Em dias sem neblina, é possível avistar até o Alentejo.

Rumo a Monchique, a Via Algarviana entra ago­ra num denso e magnífico bosque de sobreiros, grandes e saudáveis, que parece saído de um conto de fadas. A beleza deste local é surpreendente. Por fim, vai chegar à vila de Monchique, onde termina este setor.

 

O QUE PODE VER?

» PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E RELIGIOSO

  • Terraços de cultivo com muros em pedra;
  • Igreja Matriz de Monchique (Séc. XV/XVI);
  • Capela do Santíssimo (Séc. XVII) – Igreja Matriz de Monchique;
  • Capela do Pé da Cruz;
  • Núcleo de Arte Sacra;
  • Igreja de São Sebastião;
  • Igreja da Misericórdia (Séc. XVI);
  • Vila com casario tradicional e casas senhoriais, com típicas chaminés de saia.

Nota: a visitação do Núcleo de Arte Sacra só pode ser efetuada mediante inscrição prévia na Junta de Freguesia de Monchique.

 

» NATUREZA

Monchique está inserido na Rede Natura 2000 (Sítio “Monchique” PTCON0037), como Sítio de importância Comunitária “Monchique”.

Cerro da Picota, com 774 m, é o segundo ponto mais alto do Algarve e um dos mais escarpados da Serra de Monchique. Aqui consegue-se uma visão privilegiada e panorâmica sobre a região. A sua encosta é dos poucos locais onde ainda se pode observar a vegetação autóctone da Serra de Monchique. Do ponto de vista da geologia, destaca-se o maciço eruptivo subvulcânico de sienitos (foiaíte), único em Portugal.

A paisagem é predominantemente florestal (montados de sobro, sobreirais, castinçais, eucaliptais, pinhais, medronhais e matos com urzes e tojos), com grande diversidade botânica. Encontram-se aqui muitas plantas raras ou endémicas, como o Carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis), Centaurea fraylensis, a Adelfeira (Rhododendron ponticum subsp. baeticum) e o Titímalo-de-Monchique (Euphorbia paniculata monchiquensis).

No concelho de Monchique há quatro árvores classificadas como árvores monumentais, pelo seu porte, raridade ou idade: duas Araucárias (Araucaria heterophylla), um Plátano (Platanus hybrida) e um Carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis).

Na fauna, destaque para a presença do Lagarto-de-água (Lacerta scheiberi), da Águia-de-Bonelli (Aquila fasciata) e de muitas outras aves florestais.

Pontos de Interesse

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