O trilho atravessa a típica paisagem serrana do Algarve, com povoações de casario tradicional e pequenas hortas. Pare no parque de merendas da Fonte da Parra.
Em Furnazinhas começa o 3º setor da Via Algarviana. Após atravessar a povoação rumo a Norte, o itinerário segue por uma paisagem com descampados, pastagens, extensos estevais e, pontualmente, pequenas hortas ainda em uso pelos habitantes locais. O relevo é acidentado e entrecortado por várias linhas de água de pequena dimensão. Aqui e ali, encontra pequenos povoamentos de pinhal bravo.
Vai cruzar-se com pequenos aglomerados habitacionais, alguns quase desabitados, como o caso de Monte Novo, junto à estrada municipal, um dos pontos mais elevados da zona (215 m). Segue-se o Monte das Preguiças, onde há uma mesa com bancos perto de uma pequena barragem. Aproveite para uma paragem: este é um excelente ponto para observar a região.
Em Malfrades, aprecie o casario com traça tradicional deste território serrano.
Daqui, o percurso segue em direção a Vaqueiros, passando por pequenas hortas de subsistência. O pinheiro manso é dominante. Aproveite o ponto alto onde está localizada a torre de vigia para incêndios para apreciar a vista panorâmica de 360º e fazer uma pequena paragem.
O trilho continua com algumas subidas e descidas até intercetar o PR8 ACT – Em busca do Vale Encantado, na EM 505. Os percursos convergem até ao final do setor, durante os últimos 3 km. Ao chegar à barragem de Vaqueiros, encontra o parque de merendas da Fonte da Parra, um local excelente para apreciar a vista e comer um pequeno snack, agora que já está perto do fim. Daqui, o caminho faz-se sempre com a barragem como pano de fundo e, em breve, avistará Vaqueiros.
Vaqueiros é a sede e a aldeia com mais habitantes da freguesia. Está construída sobre um povoado árabe, sendo mesmo a freguesia que apresenta o maior número de núcleos habitacionais em Alcoutim, cujos topónimos comprovam a existência de comunidades rurais na época árabe. Há também muitos vestígios arqueológicos romanos ligados à atividade mineira. Grande parte da população tem uma horta onde cultiva, ao longo do ano, o que lhe vai sendo necessário. Os terrenos acabam, assim, por ser o seu “supermercado”, suprimindo em parte a necessidade de se deslocar recorrentemente à cidade.
» PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E RELIGIOSO
- Património rural (eiras, palheiros, poços, noras);
- Igreja Matriz de Vaqueiros (séc. XVI).
» NATUREZA
Os bosques de azinho (Quercus rotundifolia) e de sobro (Quercus suber) marcam, novamente, presença. Aqui cruzar-se-á com alguns cursos de água ricos em vegetação ribeirinha, onde se incluem os loendros, salgueiros e freixos.
Esta é a área de ocorrência de dezenas de espécies de aves, como a Toutinegra-do-mato (Sylvia undata) e a Águia-d’asa-redonda (Buteo buteo), durante todo o ano; ou, na Primavera, o Papa-figos (Oriolus oriolus) e o Abelharuco (Merops apiaster).