Um trilho com a beleza dos estevais, bosques de sobreiros e das pequenas povoações tradicionais. As hortas, eiras e fornos comunitários mostram a cultura rural.
O 4º setor da Via Algarviana tem início em Vaqueiros. Aqui começam também três outros percursos: a Ligação 8 – Via Algarviana (Vaqueiros) a Martim Longo e a PR7 ACT – Cerro acima, Cerro abaixo, que se separam do nosso trilho ao chegar a um cruzamento (ambas vão pela direita, em direção a Pão Duro); e a PR8 ACT – Em busca do Vale Encantado, que partilha o nosso caminho até à aldeia de Monchique, durante cerca de 3 km.
Após atravessar Monchique, o trilho aponta para Sudoeste. Pelo caminho pode ver as pequenas hortas tradicionais, delimitadas por antigos muros de pedra e linhas de água. A paisagem é dominada por densas áreas cobertas de estevas (Cistus sp.) e pontuais povoamentos de pinheiro-manso, conhecidos localmente por “projetos”, uma vez que os proprietários receberam financiamento para a sua implementação. O relevo é acidentado e rico em miradouros naturais da paisagem.
Monchique é o primeiro dos pequenos e simpáticos povoados que vai passar neste percurso. Seguem-se Amoreira e Casas Baixas, antes de chegar finalmente a Cachopo.
De Amoreira até Casa Baixas, o traçado da Via Algarviana interceta duas pequenas rotas pedestres: a PR1 TAV – Percurso D. Quixote e a PR3 TAV – Percurso dos Montes Serranos. Em todos os pequenos aglomerados, que o traçado atravessa, existem hortas familiares de subsistência, poços de roda, casario tradicional e muros de pedra ou valados a limitar os caminhos.
Vale a pena uma pequena paragem nestes sítios para falar com a afável gente local: as pessoas são simpáticas e a cultura e as tradições rurais ainda estão bem presentes. Os quintais e as hortas estão bem cuidados e a relação com a natureza é harmoniosa. O património construído revela aspetos interessantes em fontanários, poços, noras, eiras e nos pormenores arquitetónicos antigos.
A viagem de Casas Baixas até Cachopo é muito agradável: vai atravessar um denso e bonito bosque de sobreiral. Cachopo é o principal núcleo habitacional desta região. As suas casas têm as marcas da arquitetura tradicional e a Igreja de Santo Estêvão, localizada no centro, é um conhecido lugar de peregrinação.
» PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E RELIGIOSO
- “Casas circulares” ou “palheiros”, estruturas ancestrais de apoio à agricultura;
- Moinho de Vento: “Moinho Branco” em Cachopo;
- Fornos de lenha comunitários, eiras, fornalhas e chaminés rendilhadas;
- Igreja Matriz de Santo Estêvão (Séc. XVI), em Cachopo;
- Núcleo Museológico de Cachopo;
- Anta da Masmorra em Alcaria Pedro Guerreiro, onde existe o Percurso Áudio Guiado “Anta da Masmorra”.
» NATUREZA
Neste setor existe uma fauna diversificada, de onde se destacam o Javali (Sus scrofa), o Coelho (Oryctolagus cuniculus), a Lebre (Lepus europaeus), o Bufo-real (Bubo bubo) ou a Águia-perdigueira (Aquila fasciata).
Na vegetação mediterrânica, aprecie os densos bosques de sobreiro (Quercus suber) e medronheiros (Arbutus unedo).