Os pomares de sequeiro e os engenhos hidráulicos revelam modos de vida antigos. Fantástica vista da Rocha da Pena. Final refrescante do trilho na Ribeira de Alte.
O 7º setor da Via Algarviana começa em Salir, no eixo central da EN 124. As ruínas do castelo são o elemento histórico mais marcante desta povoação.
A partir daqui, vai seguir por caminhos muitas vezes ladeados por antigos muros de pedra, que ainda limitam hortas e propriedades rurais. O trilho atravessa alguns aglomerados habitacionais, como Almarginho, Cerro de Baixo e Cerro de Cima.
Esteja atento a algumas noras e outros engenhos hidráulicos, que testemunham a intensa atividade agrícola do passado.
A imponente Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena está à vista do caminhante na primeira metade do percurso: é um elemento marcante da paisagem, com 479 m de altitude. Aí pode encontrar cerca de 535 espécies de flora e muitas outras de fauna. Este é também o local da famosa lenda do Gil da Pena: aceite o desafio de conseguir que um dos habitantes locais lhe conte esta história!
O itinerário atravessa depois Benafim, uma povoação que mantém a traça tradicional nas casas e ruas estreitas. Aproveite para fazer uma pausa num dos cafés locais.
Daí, segue para Norte, passando por pomares de sequeiro, característicos do Barrocal Algarvio, e chega à Ribeira do Freixo, onde ruma a oeste. A paisagem ainda tem as marcas da atividade agrícola e do pastoreio, que no passado tiveram peso na economia local.
O setor termina acompanhando a frescura da Ribeira de Alte: aprecie o cantar dos muitos passeriformes que aí existem! Chegará assim às Fontes Grande e Pequena, uma zona muito agradável para descansar.
Mais adiante situa-se o centro de Alte, uma das aldeias mais típicas e bonitas da região. Aproveite para se embrenhar pelas pequenas ruas e visitar os comércios com produtos locais.
» PATRIMÓNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO E RELIGIOSO
BENAFIM
- Igreja de Nossa Senhora da Glória.
ALTE
- Igreja Matriz de Alte (Séc. XIII);
- Capela de São Luís (Séc. XV);
- Traça arquitetónica tradicional;
- Fonte Grande e Fonte Pequena;
- Pólo museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte.
» NATUREZA
Neste setor vai encontrar algumas espécies de orquídeas, tais como a Erva-abelha (Ophrys apifera); Erva-vespa (Ophrys lutea); Abelhão (Ophrys speculum) ou Flor-dos-macaquinhos-dependurados (Orchis italica).
Se fizer a caminhada na Primavera, poderá ter ainda oportunidade de apreciar a beleza espetacular da Rosa-albardeira (Paeonia broteroi).
A Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena, que consegue avistar neste percurso, é um monumento geológico de extraordinária beleza, rico em grutas e escarpas, com 479 m de altitude. Aí poderá encontrar cerca de 535 espécies de flora, das quais algumas são endémicas e muitas outras são medicinais e aromáticas. Na fauna, destaque para espécies importantes como o Morcego-de-peluche (Miniopterus schreibersii), classificado como espécie “Vulnerável”, e o Morcego-rato-pequeno (Myotis blythi), classificado como “Criticamente em Perigo”.
Os pomares de sequeiro marcam a paisagem, rodeados de valados, onde existem alfarrobeiras (Ceratonia siliqua), oliveiras (Olea europaea), amendoeiras (Prunus dulcis) e figueiras (Ficus carica). Outrora, eram o grande sustento da economia tradicional algarvia. Atualmente, muitos estão abandonados.
Esta é também a zona de nidificação de espécies de aves migradoras como o Papa-figos (Oriolus oriolus), o Abelharuco (Merops apiaster) e o Picanço-barreteiro (Lanius senator) e de residência do Charneco (Cyanopica cyana).
As Fontes Grande e Pequena, em Alte, são local de paragem obrigatória. A vegetação verdejante apela ao descanso. No verão, a piscina de água natural, que foi construída na década de 80, é o ex-líbris desta aldeia serrana.
Não deixe de visitar a famosa Queda de Água do Vigário, de beleza surpreendente. É mais um local relaxante, ideal para descansar e, se as temperaturas o permitirem, dar um mergulho.