Este percurso inicia-se no parque de merendas do Zimbral, aconselhando-se a utilização de sapatos adequados para andar em areia e seguindo as setas verdes, permite o contacto com a Mata Nacional dos Medos, num ambiente calmo e tranquilo, onde se pode observar a espécie vegetal dominante, o pinheiro manso (Pinus pinea). Sob as suas copas, existem diversos arbustos, salientando-se a sabina-da-praia (Juniperus turbinata), cujo porte invulgar, conjuntamente com o povoamento centenário de pinheiros-mansos, levou à classificação desta mata como reserva botânica.
Mandada plantar por D. João V para evitar o avanço das areias das dunas ou “medos” (lê-se “médus”) para os terrenos agrícolas interiores, a mata tem exemplares isolados de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e de pinheiro-de-alepo (P. halepensis) também conhecido como “pinheiro-egoísta”, devido ao facto de as pinhas ficarem agarradas aos ramos. Em termos de arbustos há ainda o carrasco (Quercus coccifera) tolerante à secura e com folhas brilhantes e coriáceas para evitar a perda de água), a aroeira (Pistacia lentiscus), o medronheiro (Arbutus unedo), o espinheiro-preto (Rhamnus lycioides ssp. oleoides) e a aromática murta (Myrtus communis). Num estrato mais baixo surgem o sargaço (Cistus salviifolius), a roselha-pequena (Cistus crispus) e o rosmaninho (Lavandula luisieri).
Percorre um aceiro, um corta-fogo de direção este-oeste, para proteção da mata, onde se podem ver as escavações dos coelhos e dejetos formando latrinas. No final do aceiro, na crista da arriba, encontra-se um miradouro, vendo-se o litoral até Sintra, a Costa de Caparica, as praias, a Mata das Dunas, com o seu extenso acacial onde predomina uma espécie invasora da Austrália, a Acacia saligna. Neste topo, admire a arriba fóssil, assim designada, porque, atualmente, já não é banhada pelas águas do mar e, portanto, já não funciona como arriba (i. e. uma margem elevada da costa). Com efeito, a expressão “arriba fóssil” tem a ver com este facto e não por ter fósseis.