O percurso tem início junto à escola primária e segue por um caminho estreito em direção ao cerro do Penedo Grande, local onde podemos ver bons exemplos da pedra conhecida como “grés de Silves”. Alcançado o topo do cerro, volta-se à vila e o percurso segue paralelo à linha de caminho-de-ferro, até à Ribeira do Gavião e Ribeira do Arade.

Passada a barragem do Funcho e o sítio das Passadeiras, retoma-se o caminho na direção dos Abrutiais e, mais à frente, por um caminho de terra batida, no Cerro da Agulha, sobe-se uma encosta, passa-se pelo bairro do Furadouro e continua-se pelas ruas estreitas e frescas da vila de São Bartolomeu de Messines, até ao início do percurso.

» PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Igreja Matriz de São Bartolomeu de Messines
Construída no século XVI, sofreu grandes alterações no início do século XVIII, o que explica a mistura de elementos arquitetónicos dos estilos manuelino e barroco. Destacam-se, no interior, a talha dourada do altar-mor e as colunas torsas; no exterior, o pórtico de colunas salomónicas e a fachada barroca.

Ermida de São Sebastião
De construção simples e nave única, terá sido construída durante o século XVIII. Durante a guerra colonial, antes de partirem, os soldados iam ali pedir ajuda e proteção. Por isso, esta acabava por ser a última paragem para os que não regressavam com vida. Hoje funciona como capela mortuária.

Ermida de São Pedro
Fica a cerca de 1 km da vila e terá sido construída no século XVIII, em estilo barroco pleno. Sobre a porta tem a inscrição ‘1864’, mas trata-se da data em que foi restaurada. De nave única, tem uma pia de água com características do período manuelino, provavelmente reutilizada.

Ermida de Sant’Ana
Local célebre onde, no dia 24 de abril de 1834, ocorreu o combate de Sant’Ana, entre os guerrilheiros do famoso “Remexido” e as tropas liberais. De nave única e estilo marcadamente barroco, terá sido construída durante o século XVIII. Um painel de azulejos da autoria de Lília Lopes retrata a batalha. Aproveite para desfrutar das fantásticas vistas.

» PATRIMÓNIO NATURAL

Penedo Grande
Com 248 m de altitude e uma vista deslumbrante, é considerado o ex-líbris de São Bartolomeu de Messines. A vila encontra-se no sopé da encosta sul. Em termos de vegetação predomina o sobreiro, relembrando que o concelho de Silves foi um dos principais centros corticeiros de Portugal, bem como alguns arbustos mediterrânicos – o rosmaninho (Lavandula luisieri), a roselha-pequena (Cistus crispus L.), a murta (Myrtus communis), ou o sargaço (Cistus monspeliensis L.).

Sítio das Passadeiras
Fica na albufeira da barragem do Funcho e tem ótimas condições para a prática de desportos náuticos.

Rio Arade
Nasce fora do concelho de Silves, mas atravessa-o de leste para oeste. É alimentado por afluentes como as ribeiras do Gavião, Enxerim e Falacho. Só depois de a ribeira do Arade se juntar à ribeira de Odelouca é que ganha o estatuto de rio. Desagua no Atlântico, em Portimão. Este é sem dúvida um dos rios mais importantes do Algarve. Já na antiguidade ligava a cidade de Silves ao comércio com o Atlântico e o Mediterrâneo.

» PATRIMÓNIO CULTURAL

Gruta do Remexido
Situada no Vale do Barranco, é um afloramento rochoso calcário com várias galerias onde, supostamente, o guerrilheiro Remexido se terá escondido e permanecido por cerca de dezassete meses, depois de os liberais vencerem os miguelistas na Guerra Civil.

Casa-Museu João de Deus
Inaugurada a 25 de outubro de 1997, pretende recriar o ambiente vivido pelo poeta e pedagogo João de Deus, autor da Cartilha Maternal, que nasceu aqui. Tem dois espaços: um composto pela biblioteca histórica, centro de documentação, sala de leitura e hemeroteca; e o outro, um museu que recria a casa e onde se encontra uma exposição permanente que inclui objetos da época, muitos deles doados pela população local.

Monumento a João de Deus
Escultura da autoria de Raul Xavier, feita em 1963 sobre calcário, retrata e homenageia João de Deus, poeta e pedagogo, autor da célebre Cartilha Maternal pela qual muitos portugueses aprenderam a ler.

Museu do Traje e Tradições
Fica à entrada da vila, numa casa típica do interior algarvio. Ali vai encontrar peças relacionadas com as tradições populares de São Bartolomeu de Messines dos finais do século XIX a inícios do século XX, destacando-se os trajes populares, de trabalho e domingueiros, e os da burguesia abastada, que na vila comercializava os tão apreciados frutos secos. No museu há atividades educativas, com o objetivo de transmitir as tradições orais destas populações e preservar o património imaterial da comunidade.