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Praia do Sissal

2 h | 1 locais
4.4 kmDistância
EasyDificuldade
2 hDuração

Esta é uma pequena caminhada que permite oferecer ao caminhante menos ousado um cheirinho do grandioso Trilho dos Pescadores. As falésias, embora de pouca altura, não deixam de nos surpreender com as suas formas bizarras, contrastando com o suave relevo das dunas, e sempre com a ilha do Pessegueiro em pano de fundo.

Neste percurso por cima do mar, a vegetação das dunas enche-se de cores na Primavera, quando os tomilhos, o alho-selvagem, as estevas, o rosmaninho e as perpétuas-das-areias perfumam a atmosfera e atraem uma diversidade espantosa de insectos. Esta variedade de insectos serve de alimento a muitas aves, como as cotovias, os cartaxos, as petinhas e os trigueirões. Na maré baixa, os irrequietos pilritos, borrelhos e rolas-do-mar procuram pequenos invertebrados para se alimentarem. A gralha-de-nuca-cinzenta, que ocorre em poucos locais em Portugal, é facilmente observável durante o percurso, pois gosta de campos abertos, com árvores dispersas, perto de pedreiras ou falésias costeiras, onde encontra cavidades para fazer o ninho. Para a reprodução, forma pares de longa duração, que, em cada ano, nidificam sobre o mesmo ninho.

Com 340 m de comprimento e 325 m de largura, a ilha do Pessegueiro é um forte elemento na paisagem deste percurso, distando apenas 250 m da actual linha de costa. Pode-se dizer que a ilha é um pedaço emerso de uma enorme duna fóssil, em grande parte agora submersa, e que resultou da consolidação de antigas dunas, formadas quando o mar se encontrava alguns quilómetros recuado em relação à linha de costa actual. Hoje em dia esta ilha funciona apenas como um gigantesco quebra-mar, mas estão documentados dois antigos estabelecimentos portuários, um na Idade do Ferro e outro na Época Romana, aproveitando o abrigo natural que a ilha proporcionava. Assim, na segunda metade do séc. I d.C., é fundado na ilha do Pessegueiro um entreposto de comércio romano onde se recebia ânforas de salgas e molhos de peixe, azeite, vinho e cerâmicas, provenientes da Bética, do sul da Gália e da própria Península Ibérica. Por sua vez, a ilha escoava produtos mineiros da Serra do Cercal. No séc. II d.C. ocorreu uma modernização das construções e, para além das habitações e armazéns, haveria oficinas (por exemplo uma forja) e um forno de cozer pão, tendo começado nessa altura a actividade industrial de salga de peixe, embalado em ânforas provenientes das olarias do Sado/Tejo. A partir da segunda metade do século III a ilha é essencialmente um centro de produção de preparados piscícolas. Terá sido então constituído um balneário, com um vestiário, uma tina semicircular de água fria (que funcionava como frigidarium), banhos quentes, constituídos por uma ampla sala rectangular servida por tina em abside e ainda os sistemas de aquecimento (fornalha e hipocaustum).

Na extremidade norte, a ilha parece ter sido cortada a direito por uma gigantesca faca. Trata-se de vestígios de uma grande empreitada do final do séc. XVI, para a criação de um porto artificial, cujo objectivo era criar condições para a pesca do atum e da sardinha e para a fixação de habitantes na região. Simultaneamente iniciou-se a construção do fortim na ilha e do forte em terra, para protecção do porto. Contudo, esta empreitada foi abandonada em 1603, devido à conjuntura política, aos frequentes ataques piratas e às dificuldades técnicas.

Pontos de Interesse
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