Select Page

S. Martinho das Amoreiras

5 h
20.7 kmDistância
NormalDificuldade
5 hDuração

Este percurso é o mais interior da Rota Vicentina e onde se situa o seu ponto mais alto, no sítio do Moinho da Serra. Caminhará em redor da pitoresca aldeia de S. Martinho das Amoreiras, sobre vales onde copiosas nascentes despejam água o ano todo, campos suavemente ondulados onde o gado pasta com vagar e serras cobertas de floresta, cujos cumes oferecem paisagens de cortar a respiração.

S. Martinho das Amoreiras tem atualmente pouco mais de 1000 habitantes que se dedicam principalmente à floresta, agricultura e pecuária, mas outros produtos de enorme qualidade são produzidos nesta freguesia: mel, medronho e azeite. E há quem assegure que o pão tradicional de São Martinho é o melhor do Alentejo.

Na transição da aldeia para o campo, pequenas hortas e pomares são ladeados por antigos muros de pedra e regatos disciplinados por valas antigas em pedra. Nos remansos reproduzem-se as salamandras e tritões. Aves como os gaios, as pegas-azuis, as gralhas-pretas, os cucos, os pica-paus, as toutinegras, os cartaxos, os abelharucos, as perdizes e os tentilhões abundam nas sebes de loureiro, marmeleiro, salgueiro e figueira, e também em árvores ancestrais como pinheiros, sobreiros, cedros e eucaliptos, que constituem o local perfeito para o ninho de uma ave de rapina muito especial: a águia-de-bonelli. Com sorte, é possível que ela surja no percurso, provavelmente junto ao moinho. Os vestígios de javali também são omnipresentes ao longo do trilho. Especialmente abundante neste trilho é o rosmaninho-verde (Lavandula viridis), mais raro que o rosmaninho de flores púrpura (Lavandula stoechas).

A Primavera faz despontar a erva-azeitoneira, a esteva e a erva-caril, assim como plantas medicinais, como a carqueja, a erva-das-sete-sangrias, a dedaleira e a erva-prata. Outras plantas que vêm dar grande colorido aos campos são o tojo-molar, o cardo-do-sul (Cynara algarviensis, endémico do sudoeste da Península ibérica), os amores-perfeitos, a estevinha, a marioila, a erva-bicha, a cebola-albarrã, o jacinto, a maceróvia e os lírios pequenos.
Este território foi habitado desde a Pré-História, como se observa na estação arqueológica Necrópole do Pardieiro, 7km a sudoeste de S. Martinho, que desvendou algumas características da comunidade que ali habitou há 2500 anos (I Idade do Ferro). Junto dos onze túmulos da necrópole encontraram-se estelas epigrafadas, ou seja, lajes de pedra com inscrições na escrita do sudoeste, a primeira forma de escrita alfabética na Península Ibérica. Três núcleos populacionais, Amoreiras, S. Martinho e Conqueiros, disputaram durante séculos a sede da freguesia mas S. Martinho ganhou a disputa, já que aí foi instalada no séc. XVIII a Igreja Matriz, de inspiração barroca, rococó e neoclássica, construída sob os auspícios da Ordem de Santiago de Espada.

Pontos de Interesse

Praia do Sissal

Esta é uma pequena caminhada que permite oferecer ao caminhante menos ousado um cheirinho do grandioso Trilho dos Pescadores. As falésias, embora de pouca altura, não deixam de nos surpreender com as suas formas bizarras, contrastando com o suave relevo das dunas, e...

São Bartolomeu de Messines (b)

O percurso da típica aldeia de barrocal, São Bartolomeu de Messines, é marcado pela passagem junto à Barragem do Funcho. A paisagem campestre com a serra como pano de fundo em estradas e caminhos de reduzido tráfego, proporciona um passeio bastante...