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A Câmara Ama-te

Partimos do universo de Martin Crimp e acolhemo-lo como se fosse nosso porque acreditamos que as possibilidades num cenário não linear alimentam a ideia de uma identidade coerente e fixa como mito. O que trabalhamos em cena é sobretudo a nossa tentativa de compreender as múltiplas Annies, desdobráveis em objetos, memórias e lugares percorridos. Caímos sempre na tentação de lançar mais uma pedra e falhámos muitas vezes: ainda hoje nos perguntamos se poderíamos ter escolhido “outra vida” e deixá-la caminhar por entre outros pontos finais. É por gostarmos de Anny que andamos a brincar às escondidas com o Crimp, tentamos chegar a ela e partilhamos as nossas memórias caseiras, cruzamos as nossas saudades, ao ponto de já não sabermos se é dela que falamos ou, afinal, de nós próprios.

Pontos de Interesse

Peter Grimes

Um tema que me é caro – a luta do indivíduo contra as massas. Quanto mais cruel é a sociedade, mais cruel é o indivíduo. Assim Benjamin Britten definiu Peter Grimes, estreada em Londres, em 1945, a sua primeira ópera a recolher sucesso público e crítico e considerada...