Memória Resistência e Luta no Forte de Peniche são tema de livro na Biblioteca Municipal
Encontro com a escrita
No âmbito do “Encontro com a Escrita”, e integrado nas comemorações do 25 de Abril, a Biblioteca Municipal de Aljustrel apresenta, no próximo dia 11 de abril, pelas 18 horas, o livro “Forte de Peniche Memória Resistência e Luta”.
Esta obra, da responsabilidade da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que já vai na 4.ª edição, destina-se a divulgar o Forte de Peniche como cadeia política e a vida dos antifascistas lá encarcerados.
Este livro inclui uma lista dos 2.494 presos que cumpriram penas na cadeia de Peniche, entre os quais, Adelino Pereira da Silva, o representante da URAP que virá apresentar o livro a Aljustrel. Nascido em 1939, em Alvalade (Santiago de Cacém), Adelino Pereira da Siva sempre se destacou pelo seu carácter e pelos valores que o acompanham desde jovem e que o levaram a aderir, em 1956, ao Partido Comunista Português. Em 1959, entrou para a clandestinidade como funcionário deste partido. Após a sua funcionalização passou a colaborador do Secretariado do Comité Central. Julgado em Tribunal Plenário foi condenado a 4 anos de pena e às famigeradas “medidas de segurança” (de seis meses a 3 anos, prorrogáveis), que tiveram início em 1967. Foram sete longos anos de prisão, no Aljube, em Caxias e em Peniche, até à sua libertação em 1969.
Este livro, que quer preservar a memória do Forte, a breve história da fortaleza, as diversas fugas para retomar a luta – nomeadamente a fuga coletiva de 1960 que incluía Álvaro Cunhal – e a libertação dos presos a 27 de abril de 1974, também procura contribuir para que prossiga o movimento de opinião que leve à criação, no Forte de Peniche, do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, um digno espaço de memória e homenagem à resistência e à luta antifascista.