Primeiros trabalhos de metalurgia do cobre em Aljustrel
O domínio do fogo e a domesticação de plantas e animais permitiu a sedentarização dos grupos neolíticos, tendo como consequência a possibilidade de alguns dos seus membros se dedicarem a tempo inteiro a outras atividades como, por exemplo, à exploração dos recursos minerais, nomeadamente do cobre, o primeiro mineral metálico a ser transformado.
O comércio a longa distância, tanto terrestre como marítimo, que começa também a proliferar, vai permitir não só a troca de produtos mas também a troca de conhecimentos tecnológicos como a metalurgia, que terá chegado à Península Ibérica no início do 3º milénio a.C.
O facto de em Aljustrel haver duas potentes massas mineralizadas que afloram à superfície (os “chapéus de ferro” de Algares e de São João), com ocorrências de cobre nativo, terá sido um fator muito importante para a fixação de uma comunidade de metalurgistas no cerro, hoje designado, de N.ª Sr.ª do Castelo. Desse período e local provém um fragmento de Cadinho (recipiente utilizado na fundição de minério), que conserva ainda vestígios de atividade metalúrgica. O fragmento constitui, até ao momento, uma das evidências mais concretas de que desde o 3.º milénio a.C. existe metalurgia do cobre em Aljustrel.