O número esmagador do título do novo espetáculo de Maria João Luís remete para dados recentes da Amnistia Internacional quanto a menores vítimas de trabalho infantil. Mais concretamente, estimam-se ser 152 milhões aqueles que, a partir de Em Homenagem aos nossos Empregados de Mickael de Oliveira, A Gaivota de Tchékhov e, sobretudo, Esteiros de Soeiro Pereira Gomes, são evocados em mais um capítulo da jornada do Teatro da Terra (companhia dirigida pela encenadora e sediada em Ponte de Sôr, no Alto Alentejo) pelo neorrealismo português, depois de O Cravo Espanhol de Romeu Correia e Finisterra de Carlos de Oliveira.
Se, em Esteiros, Soeiro dedicava o livro “aos filhos dos homens que nunca foram meninos”, aqui Maria João Luís procura saber quem são esses “filhos”, por isso, a peça “pretende trazer esta obra para a contemporaneidade, transportando as crianças trabalhadoras dos telhais e jovens operários para os dias de hoje.” FB
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