Na temporada em que perfaz 45 anos de atividade, a Comuna decidiu convidar dois dos mais destacados escritores africanos de língua portuguesa da atualidade a escreverem uma peça de teatro. O desafio, prontamente aceite pelo angolano José Eduardo Agualusa e pelo moçambicano Mia Couto, resulta numa “farsa dramática, carregada de inverosimilhança e poesia, sobre o prazer de viver e o poder do amor”, como nos aponta o encenador João Mota.
À superfície, O Terrorista Elegante surge como uma farsa assente na paranoia securitária que nos rodeia. Em pleno aeroporto de Lisboa, um angolano (que se denomina “poeta e feiticeiro”) é detido por suspeitas de ligação ao Estado Islâmico. Sob pressão política, dois inspetores da Polícia Judiciária e uma agente da CIA tentam por todos os meios arrancar ao suspeito uma confissão. Porém, aquilo que acabam por descortinar são os demónios que os aprisionam. E, como que por magia, apenas alguém consciente de que “a culpa é a pior das prisões” os pode libertar. Esse homem é livre como os pássaros, mesmo estando preso e prestes a ser considerado terrorista. FB
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