No meio de uma das tardes infindáveis que pontuamOs Veraneantes, Kaleria deixa cair a frase –Não conhecemos ninguém que seja feliz. À plateia, estas palavras chegam com a força de um desabafo ouvido ao parceiro do lado. Em cena, criam um vácuo entre os elementos das quatro famílias que passam, como de costume, as suas férias num lugar incerto. A juntar, para lá do horizonte em que vivem estas personagens, espreita um conturbado clima político e social. Estão reunidas as condições para que irrompa a tempestade perfeita de aborrecimento, medo e ciúme.
EmOs veraneantes, Gorki cria uma tapeçaria de desejo e frustração que autopsia, então e agora, a nossa impotência perante o desenrolar da vida.