No âmbito da sua visita de Estado a Portugal, os Reis de Espanha, Filipe VI e Letícia, foram recebidos, no dia 29 de novembro, nos Paços do Concelho de Lisboa, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.
Depois da revista à Guarda de Honra, a um batalhão da GNR com Banda e Estandarte, que executou os hinos nacionais dos dois países, o monarca espanhol recebeu cumprimentos da Vereação e da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, ainda no Átrio dos Paços do Concelho. Já no Salão Nobre, onde eram aguardados por centenas de convidados, incluindo os membros do Corpo Diplomático acreditado em Lisboa, teve lugar a cerimónia de boas vindas, que incluiu a entrega da Chave da Cidade a Filipe VI e a aposição da sua assinatura no Livro de Honra de Lisboa.
No seu discurso de boas vindas, o presidente da Câmara Municipal, começou por saudar as Altezas Reais transmitindo a enorme alegria da cidade e da Câmara em os receber e dirigiu uma palavra particular ao rei Filipe de reconhecimento pela forma como tem marcado o início do seu reinado como referencial de estabilidade politica e como promotor da imagem de Espanha.
Medina salientou o cuidado e afeto que o monarca tem colocado na relação com Portugal e sobretudo o papel na motivação para o futuro na recuperação da esperança e na mobilização das energias mais dinâmicas da comunidade espanhola internacional. “Partilhamos uma história única do quadro europeu e os nossos encontros e desencontros moldaram-nos mais do que muitas vezes reconhecemos”, afirmou Fernando Medina. O autarca destacou três linhas fundamentais para a construção conjunta do futuro, a promoção do comércio, investimento e fluxos turísticos, o reforço do ensino das respetivas línguas e a promoção da troca e da fruição cultural entre os dois países.
O presidente da Câmara referiu que Lisboa volta acolher a ARCO, e será já no próximo ano capital Ibero-americana da Cultura. No domínio das iniciativas conjuntas destaca a rede mundial das cidades magalhânicas, iniciativa que junta Lisboa e Sabrosa a várias cidades espanholas nas comemorações do quinto centenário da primeira viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, “um projeto de especial simbolismo para os dois países”.
A ação conjunta de Portugal e Espanha “tem hoje um espaço fundamental na Europa e na reconstrução do projeto europeu”, disse Fernando Medina que lembrou o facto de ambos os países terem aderido ao mesmo tempo à CEE, e afirmou o desejo do regresso da Europa “ao espaço onde todos prosseguem com êxito as suas ambições de desenvolvimento coesão, justiça e liberdade.
O presidente da Câmara concluiu com a afirmação de um debate fundamental “entre a abertura e fechamento entre a tolerância e o ostracismo, entre o provincianismo e o cosmopolitismo. Portugal e Espanha tem um papel fundamental “porque somos sociedades abertas e tolerantes e porque melhor do que outros entendemos o valor da abertura, tolerância e cosmopolitismo”.
Filipe VI foi depois convidado a assinar o livro de honra da cidade, recebendo presentes das mãos de crianças da Escola Básica dos Olivais, EB Adriano Correia de Oliveira e do Instituto Espanhol.
Agradecendo a receção, o Chefe de Estado espanhol lembrou a visita do seu pai, Juan Carlos e do bisavô, Afonso XIII, “que em 1903, no salão nobre dos Paços do Concelho, assinalou a amizade indestrutível entre o povo português e o espanhol.”
Aludindo à crise económica internacional que tem afetado as duas nações, o monarca sublinhou que hoje Lisboa tem vindo a superar as dificuldades tendo-se convertido num destino de preferência, também visível no crescente número de turistas espanhóis que visitam a capital portuguesa “em busca da sua beleza, das suas atrações culturais, históricas, arquitetónicas, gastronómicas, mas sobretudo pela inigualável cortesia e simpatia dos lisboetas em particular e dos portugueses em geral.”
Filipe VI disse ainda “que exemplo dessa Lisboa moderna, inovadora e competitiva”, foi o recente êxito da Web Summit e o reconhecimento da cidade como plataforma tecnológica. O apoio financeiro do Banco Europeu de Investimento foi ainda uma referência feita pelo monarca, que afirma a convicção de que “esses fundos potenciarão o desenvolvimento de Lisboa na construção de um futuro melhor.”
O Rei de Espanha despediu-se com palavras de afeto e reconhecimento a todos os lisboetas, “que contribuem diariamente com dinamismo e pujança para esta capital inigualável.”
Após a habitual troca de presentes, os Reis de Espanha, comitiva e convidados foram brindados com uma atuação de Fado, interpretado por Cuca Roseta.
Na Praça do Município juntaram-se muitos populares que quiseram ver de perto e aplaudir os monarcas espanhóis.