Lisboa tem uma nova visão estratégica para a Carris, que foi apresentada hoje pelo presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina, e o presidente do conselho de administração da empresa, Tiago Farias.
Inverter o declínio, recuperar e modernizar a empresa, aumentar o número de carreiras, renovar a frota e aumentar a eficiência e a sustentabilidade são os grandes objetivos do município, que procura desta forma melhorar a prestação do serviço e atrair mais utentes.
“Para nós o mais importante é colocar o transporte publico ao serviço das pessoas”, afirmou Fernando Medina, que lembrou algumas das medidas já levadas a cabo desde a assunção da empresa, no início do ano, como a diminuição do tarifário para a população idosa e a implementação da gratuitidade para crianças até aos 12 anos.
É importante “recuperar o serviço público de transporte e devolver a mobilidade aos cidadãos”, diz o autarca, para sublinhar que “estão a ser tomadas as medidas necessárias para a recuperação de passageiros” e adiantar um investimento substancial nos próximos anos.
80 milhões de euros até 2019
São mais de 80 milhões de euros a investir até 2019, informou Fernando Medina, adiantando que cerca de 75 por cento desta verba está destinada à renovação da frota, o que por si demonstra o empenho da autarquia e da nova administração da Carris em melhorar substancialmente o serviço prestado pela empresa e romper com a insatisfação há muito sentida pelos utentes.
Criação de novas linhas, contratação de 220 motoristas e aquisição de 250 novos autocarros são algumas das doze medidas que constam do Plano Estratégico, que, sublinha Medina, constitui o maior investimento em décadas na melhoria da qualidade dos transportes de Lisboa.
O primeiro concurso para aquisição de novos autocarros será lançado ainda durante este mês, prevendo a aquisição de 125 viaturas standard (30 milhões de euros) e 40 articulados (15 milhões).
A diminuição dos preços tarifários é já uma realidade e o presidente da Câmara de Lisboa frisa que o passe do Metro e Carris para cidadãos com mais de 65 anos e reformados custa agora 15 euros, o que representa uma poupança de 141 euros por ano. Por outro lado, as crianças até 12 anos passaram a ter direito a um passe gratuito para andarem sem restrições nestes transportes, desde que a autarquia assumiu a gestão da Carris.
Os dados atuais já mostram o sentido de recuperação, pelo que na apresentação do plano foi salientado que nestes poucos meses de gestão municipal o número de clientes teve um aumento de 0,7 por cento, a produção subiu três décimas e foram contratados 30 novos motoristas.
Mais acessibilidade, conforto, confiança e sustentabilidade
As novidades do plano estratégico não se ficam pelo tarifário. Em junho serão lançadas as primeiras quatro linhas da rede de bairros: Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santa Clara.
Ao todo serão 23 carreiras pensadas para as deslocações diárias, numa lógica de proximidade e conforto que junta os principais pontos de cada bairro. Do centro de saúde ao mercado, das escolas do bairro às zonas comerciais.
Em julho é lançada uma app que permite o acesso nos telemóveis ou tablets a informação em tempo real de horários, tempos de espera, melhores opções e ligações com os restantes operadores de transportes públicos, em preparação está também a abertura de concurso para equipar toda a frota com wifi gratuito.
Expansão da rede de elétricos, aumento da velocidade comercial, implementação de corredores Bus de elevado desempenho e criação de tarifários combinados com parques de estacionamento periféricos (Park & Bus) são outras das medidas previstas no plano.
Potenciar uma política de mobilidade verdadeiramente integrada em termos de transportes, espaço público, estacionamento e policiamento, dotar a cidade de um sistema de transportes públicos mais acessível, mais fiável, mais confortável e mais sustentável, aumentar o número de passageiros e garantir uma transferência modal do transporte individual são os principais objetivos desta nova estratégia para a Carris, que tem como lema “Inverter o declínio, promover a recuperação”.