Na ponta sudoeste da Europa este percurso circular, bem marcado, em terreno plano, mas com um piso exigente (percorra-o no sentido anti-horário) possui uma grande riqueza de flora (plantas) e de paisagem, por entre pastagens e falésias. Na 2ª metade do trajeto terá vistas privilegiadas da costa, com o cabo de S. Vicente em fundo.
Partindo do farol, inicia-se ao longo da N268 para este, seguindo as marcações brancas e vermelhas do Caminho Histórico da Rota Vicentina e da Via Algarviana e, em breve, se chega à fortaleza do Belixe. Ao longe, avista-se a ponta de Sagres, com a sua imponente fortaleza e o farol. A dada altura cortamos à esquerda, por outra estrada asfaltada mais estreita. Caminhamos por uma paisagem agrícola, de pastagens e pousios a perder de vista, com vegetação essencialmente herbácea. Estamos no Vale Santo, antigo local de peregrinação a S. Vicente e excelente local para observar aves. Depois chegamos a um pequeno pinhal dunar, com as árvores retorcidas, moldadas pelo vento.
Numa bifurcação, perto de uma casa agrícola, seguimos pelo caminho da esquerda. Logo depois, atenção à cortada à direita, que nos leva em ligeira subida até ao local onde o Caminho Histórico se encontra com o Trilho dos Pescadores. A partir daqui, seguir as marcações verdes e azuis do Trilho dos Pescadores – Circuito da Praia do Telheiro.
Caso queira ir até ao mar, o caminho à direita desce até à praia da Ponta Ruiva, popular entre surfistas. Pelo percurso principal rapidamente chegamos ao miradouro da Ponta Ruiva. A paisagem da linha de costa é impressionante e, ao longe, avista-se o farol do cabo de São Vicente.
Caminhando pelo topo das falésias mais altas desta costa (algumas com mais de 50 m), pela diversidade e abundância da vegetação dunar presente é fácil perceber a razão pela qual a ponta de Sagres é considerada uma Reserva Biogenética. Entre muitas outras, sobressaem espécies endémicas de estevas, tojos e tomilhos.
A falésia da praia do Telheiro é um espetacular geossítio, com uma das maiores discordâncias geológicas da Península Ibérica. Antes de chegarmos ao acesso à praia, descemos e subimos o Barranco das Quebradas, coberto de vegetação nativa mediterrânica. Nestes barrancos abrigados do vento é notável a altura que a vegetação consegue atingir. Depois de atravessar outro barranco mais pequeno, caminhamos por um terreno pedregoso, de pedra branca calcária. A partir daqui, a marcação do percurso está complementada com mariolas (montes de pedras) e é preciso atenção para nos mantermos no trilho certo. Antes de chegar à estrada, reencontramos o Caminho Histórico e a Via Algarviana, cujas marcações seguimos, em direção a oeste, até ao final do percurso (farol do cabo de São Vicente).
Variante – o Caminho Histórico da Rota Vicentina continua para norte até Vila do Bispo, pelo que é possível fazer um percurso linear, começando ou terminando nesta povoação.