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Carrascalinho

4.5 h
13.4 kmDistância
NormalDificuldade
4.5 hDuração

Entre solos arenosos e montes xistosos, duas paisagens diferentes, dois habitats complementares.

Os solos arenosos, de ondulado suave, predominam no troço norte deste percurso, onde imperam os pinhais com matos de plantas aromáticas, orquídeas selvagens e plantas raras. Atravessam-se também campos agrícolas abertos, onde andorinhas, abelharucos e picanços capturam insetos e onde as aves de rapina caçam ratos e répteis. No troço sul do percurso, o relevo é bem mais acidentado, com vales profundos escavados pelas águas torrenciais nas rochas de xisto. As encostas, quando não estão cobertas por pinhal ou eucaliptal, apresentam magníficas florestas de sobreiros, medronheiros e uma enorme diversidade de arbustos e flores. Nas áreas de vegetação mais densa, são frequentes os vestígios de mamíferos carnívoros como a geneta, o saca-rabos, o texugo e a raposa. Após noites chuvosas é ainda mais fácil detetar as suas pegadas e dejetos, marcados nos caminhos, sob a vegetação densa.

O percurso acompanha, e por vezes atravessa, linhas de água temporárias, como é o caso da Ribeira das Amoreiras e dos barrancos da Atalaia e do Carrascalinho. Nos sítios que concentram mais humidade, predominam a videira silvestre, o salgueiro, a madressilva, a urze branca e o pilriteiro. São frequentes pequenas represas (charcas) que os agricultores constroem para armazenar água, dado que o estio pode durar quatro meses ou mais, pelo que essas reservas de água são essenciais para o gado e para as culturas e acabam por ter um papel importante também para a vida selvagem. Uma aproximação discreta às charcas permite observar, por exemplo, o cágado-de-carapaça-estriada ou o cágado-mediterrânico, ambas espécies protegidas pela legislação europeia. Na flora do troço norte do percurso, sobre areias, destaque para o cravinho-bravo (Dianthus broteri), um cravo selvagem endémico do sudoeste da Península Ibérica, que se observa com muita frequência neste percurso, florindo na Primavera. Igualmente endémica e abundante, sobretudo nas bermas do caminho, e muito vistosa no final da Primavera, é a alcachofra-do-Algarve (Cynara algarbiensis). Durante o percurso surgem também outras plantas raras e protegidas por lei, como o tomilho canforado (Thymus camphoratus), que ocorre apenas na costa SW de Portugal e em mais nenhum lugar do mundo ou a Euphorbia transtagana, uma planta discreta, também endémica do sudoeste português.

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