Coincidente em parte com a etapa Arrifana » Carrapateira do Caminho Histórico, esta caminhada permite fazer uma viagem aos bosques mediterrânicos do sopé da Serra de Espinhaço de Cão e usufruir da incrível região interior ao redor da carismática aldeia da Bordeira.
Este percurso atravessa matagais mediterrânicos de uma extraordinária diversidade, assentes em solos pobres de xistos. Encontram-se plantas aromáticas como a aroeira, o rosmaninho, a esteva e a perpétua- das-areias. Outros arbustos muito comuns nestes matagais são o tojo-do-sul, o tojo-molar, o carrasco, o medronheiro, o lentisco, a marioila, o trovisco, as urzes e a cebola-albarrã. Nas linhas de água, predominam a tamargueira, o salgueiro, o folhado e o sobreiro. Repare nos trilhos marcados nas barreiras do caminho, feitos pelos mamíferos, muito ativos por estes lados durante a noite. Nesses trilhos é possível encontrar pegadas ou dejetos dos animais que os usam: javali, raposa, saca-rabos, texugo, fuinha e geneta.
A freguesia da Bordeira, que inclui a Carrapateira, tem menos de 500 habitantes e uma densidade populacional de pouco mais de 5 habitantes/km2. Contudo, a aldeia torna-se grande na alma generosa e cosmopolita dos seus habitantes e no esplendor da natureza que a rodeia. No início ou no final do percurso, vale a pena percorrer as estreitas ruas, parar no café da aldeia e visitar a pequena e encantadora igreja de Nossa Senhora da Encarnação. Este templo foi construído em 1746, tem uma arquitetura simples, com um pequeno átrio e, no interior, uma única nave com arco triunfal. O retábulo dos altares é em talha dourada barroca com motivos regionais algarvios. As imagens são dos séculos XVI a XVIII. A pia batismal é de estilo Manuelino.