Select Page

Trilho dos Pescadores | Vila do Bispo » Sagres

7 h
40.6 kmDistância
NormalDificuldade
7 hDuração

Este trilho aproxima-nos da cultura, da geologia e da biodiversidade deste extremo sudoeste da Europa, sítio único e tão especial.

O litoral de Sagres e Cabo de São Vicente tem uma situação única, em termos de clima, solo calcário e proximidade do mar, classificado como Reserva Biogenética de Sagres, em 1988. Reúne espécies endémicas, que ocorrem exclusivamente naquele local e em geral na costa sudoeste de Portugal, como Biscutella vicentina, Diplotaxis vicentina, Hyacinthoides vicentina, Herniaria algarvica, Cistus palhinhae, Teucrium vicentinum, Thymus camphoratus, Linaria algarviana, Bellevalia hackelii e Silene rothmaleri (endémica da Reserva).

A peculiar formação rochosa da Praia do Telheiro é um património geológico precioso para investigação. É preciso descer a esta praia para se observar este geomonumento. No topo da falésia observam-se praias levantadas, ou seja, vestígios da erosão pelo mar quando este se encontrava a um nível bem mais elevado. Por baixo destes depósitos estão os grés de Silves, de uma fantástica cor avermelhada, com mais de 200 milhões de anos. Finalmente, na base da falésia, encontram-se xistos e grauvaques com mais de 300 milhões de anos, muito partidos e dobrados, “raiz” de uma cadeia montanhosa antiga, já arrasada pela erosão.

Sagres é tão somente o melhor lugar da Europa para a observação de aves marinhas em migração, como a cagarra, o alcatraz, o moleiro, o garajau e a gaivina. Sobretudo com mau tempo, podem ser observadas a partir de terra. Pelo contrário, com bom tempo, são os golfinhos que se tornam mais facilmente avistáveis. Em Outubro, aproveite o famoso festival de birdwatching de Sagres. Para além de lugar de passagem de aves migratórias, Sagres é residência de uma população isolada de gralha-de-bico-vermelho (Phyrrocorax phyrrocorax), que nidifica nas escarpas e se alimenta nos campos de pastagem.

Sagres significa “sagrado” e, durante três milénios, este foi um dos limites do mundo conhecido, no extremo sudoeste da Europa. Para os povos que navegavam desde o Mediterrâneo (fenícios, gregos, cartagineses, romanos e árabes), o Cabo de São Vicente era a fronteira para o mare incognitum e era conhecido como o Finis Terrae, ou seja, o Fim do Mundo. Reza a lenda que as relíquias de S. Vicente, mártir cristão, terão ali chegado no século VIII, à deriva numa barca guardada por dois corvos. O culto de São Vicente tornou-se tão importante que D. Afonso Henriques, após a tomada de Lisboa aos Mouros, mandou recolher as relíquias e trasladá-las para Lisboa, passando S. Vicente a ser o padroeiro da cidade.

Pontos de Interesse

GR33 – GRZ7 | O regresso da serenidade

Geologicamente, esta zona é constituída por xistos, grauvaques e também alguns quartzitos. Contudo, também o ferro e o ouro foram explorados no rio Zêzere. Nas margens da ribeira de Alge, encontramos um dos mais importantes testemunhos da história industrial do nosso...

PR3 NIS – Olhar sobre a foz

O percurso inicia-se na Central Hidroelétrica da Velada. Descemos na companhia da Ribeira de Nisa, passamos a uma azenha, atravessamos o pontão da represa até à foz no Tejo. No caminho podem observar-se as oliveiras em socalco, outrora importante fonte de rendimento....

PR3 ADL – Conquista de Terena

Saia do Largo do Castelo, passe frente à Torre do Relógio e Pelourinho. Passe na Igreja de S. Pedro em direção ao cemitério. Siga e tome o caminho de terra junto à Horta do Professor. Subida suave. Passe o portão de gado, com grelha metálica no chão, até ao cruzamento...